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indiana - projeto entre cidades de direitos e cidades de privilegio: disputando narrativas na Comunidade indiana tijuca

Entre os anos de 2012 e 2014, a Prefeitura realizou esforços para promover a remoção da comunidade e transferência para o Morar Carioca de Triagem, do programa Minha Casa, Minha Vida. Acredita-se que tal iniciativa se deu pelo alto valor imobiliário dos terrenos ocupados pela comunidade em função de sua localização e por apresentar habitações localizadas nas margens do rio Maracanã, em área de faixa non aedificandi. Nesse período, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro foi acionada para dar início a um processo de Regularização Fundiária da favela como forma de garantir sua permanência. A Defensoria então, em 2013, procurou o Abricó para a realização de um parecer técnico para a Indiana que pudesse fundamentar a luta contra a remoção. A Defensoria então ajuizou um processo que conseguiu retardar a remoção, que não poderia ser realizada até a conclusão do mesmo. No entanto, no início de 2018, enquanto ainda tramita o processo, o Ministério Público apresenta um parecer que traz de volta a ameaça de remoção, pautada nas condições de insalubridade e risco ambiental devido a proximidade da favela com o Rio Maracanã, que se encontra extremamente poluído.

Diante desse contexto, o coletivo se aproximou de diversos agentes do território, passando a acompanhar as ações de luta por permanência realizadas pelas lideranças locais em parceria com a Defensoria Pública. Esse acompanhamento também tem ocorrido com a proposição de atividades pela cidade e pela Indiana com crianças e jovens que habitam o local, buscando evidenciar as contradições concernentes à cidade, observando como as questões ambientais e de saneamento básico, mais especificamente de descarte de resíduo, podem ser dispositivos para discutir alguns privilégios nos espaços da cidade como um todo.

Essa experiência possibilitou ao grupo a compreensão das imposições de um modelo neoliberal que dita a agenda e a concepção do planejamento urbano da cidade. Elas também permitem a construção de outras narrativas para além da reprodução do discurso culpabilizante em torno do atual estado de poluição do rio, visto que a naturalização do estigma de poluidores é mais uma forma de violação que reforça a insegurança de permanência.

2021

A atuação do Abricó - EMAU da FAU UFRJ - na Comunidade Indiana Tijuca se iniciou em 2013 com um convite da Defensoria do Estado do Rio de Janeiro para auxiliar na resistência aos processos de remoção que a Comunidade estava enfrentando à época através da apresentação de um contra laudo que pudesse demonstrar a viabilidade de sua permanência. Desde 2015, a atuação no território se dá de forma interdisciplinar, através de uma parceria com o curso de Psicologia da UFRJ através do Núcleo Interdisciplinar de Ações para a Cidadania (NIAC), e hoje conta também com o Mutirão de Agroecologia (MUDA), com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR), e o Museu Nacional.

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PROJETO VENCEDOR NO CONCURSO DE IDEIAS E PRÁTICAS: CIDADE, MORADIA E SAÚDE 2021

EMAU Abricó
Título do trabalho: Ponto de Apoio de Higienização Comunitária.
Categoria: Defesa do território como promoção de saúde e bem-estar social

O projeto consiste na construção de um ponto de higienização comunitária em Indiana, favela do Complexo do Borel. A estrutura possibilita higienização pessoal e limpeza de espaços comuns, como os becos e vielas. Será instalado sistema de captação de água da chuva para reuso e haverá área dedicada à divulgação de informações de conscientização sobre a pandemia.

2022

Atividade aconteceu em Julho de 2022 com as crianças da Comunidade Indiana-Tijuca.

 

Indiana é nossa frente de trabalho mais antiga no Abricó, tendo início há mais de 10 anos atrás, e a gente já conhece o pessoal de longa data. Mas como as crianças lá de 2013 cresceram, chegou a hora das crianças de hoje registrarem, discutirem e pensarem seu território. 

 

Junto ao pessoal da Psicologia do NIAC (Núcleo Interdisciplinar de Ações pela Cidadania), nós construímos um rio de problemas, baseado no Rio Maracanã, pra começarmos a pensar, pelos olhos das crianças, o que a comunidade realmente demanda.
Apenas presentes e junto com pessoas que desfrutam diariamente dos territórios que atuamos podemos construir respostas em Arquitetura e Urbanismo que os contemplem. 

🌊 O processo participativo é sempre o primeiro passo pra transformar um rio de problemas em um mar de soluções!

Membros atuais:
Juliana Brito
Giselle Lazera
Nathália Silva
Vitória de Carvalho


Membros antigos:
Beatriz Quartarone
Luisa Pflueger
Carolina Gismonti
Emily Gomes
Erick Mouros
Márcia de Melo

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